Medir a qualidade de um atendimento é uma tarefa muito difícil. São vários os fatores que influenciam nesse entendimento como, por exemplo, os resultados alcançados com o tratamento e a segurança do paciente. Mas não é só isso. A gestão da qualidade em saúde atua na melhoria do cuidado, na redução de eventos adversos, no aumento do NPS dos pacientes, segurança, redução do tempo de permanência, entre outros tantos pontos.
Isso significa que a falta de monitoração desses indicadores hospitalares pode tornar essa gestão de qualidade em saúde muito mais difícil de ser realizada. Em junho de 2022 a Anahp, Associação Nacional de Hospitais Privados, lançou o manual “Desafios de Qualidade em Saúde no Brasil”. O material fala justamente sobre os elementos fundamentais para medir a qualidade das instituições hospitalares do país.
Em outras palavras, para implementar a gestão da qualidade em saúde, primeiro é preciso compreender seus indicadores e saber como chegar até eles. Depois, se apropriar de ferramentas, soluções e metodologias que auxiliem as equipes a reduzirem problemas, desperdícios, variabilidades, eventos adversos, entre outros pontos.
Neste texto vamos falar sobre a gestão da qualidade em saúde e como você pode dar os primeiros passos para implementá-la no seu hospital. Vamos lá?
Desafios da Gestão da Qualidade em Saúde
Medir a qualidade é indispensável para que um hospital se mantenha em pleno funcionamento. Pensando nisso, um conjunto de ações voltadas ao valor em saúde se torna ainda mais necessário na gestão da qualidade em saúde.
A redução dos problemas diários para agregar valor ao contato com o paciente se faz com ações concretas como, por exemplo, a melhoria dos padrões de segurança. Um estudo recente ressaltou que mais de 30% dos óbitos causados por eventos adversos graves podem ser prevenidos. Ao mesmo tempo, muito se fala sobre as 6 metas internacionais de segurança do paciente, mas nem todos os hospitais colocam em prática todos os pontos necessários desse importante controle de qualidade.
Basicamente, a qualidade de uma instituição de saúde precisa ser medida diariamente, a todo momento. Isso porque é a partir da resolução dos problemas diários que impactam a qualidade do cuidado, revisitando processos e entendendo onde eles impactam, que será possível identificar falhas e corrigi-las.
A mensuração da qualidade em saúde
A gestão da qualidade em saúde, quando bem executada, coloca à frente pontos como segurança, efetividade, assistência ao paciente, oportunidade, eficiência e equidade. Esses pilares devem ser prezados por todos os setores, e não só pelo time assistencial. Ações isoladas são falhas que não reforçam os objetivos em comum da organização, possibilitando um número maior de erros.
Vamos explicar melhor o que cada pilar significa:
- Segurança: Não causar danos ao paciente, prestando um serviço que seja benéfico, adequado e que obtenha os resultados esperados;
- Eficácia: Oferecer um tratamento baseado em conhecimentos sólidos, evidências e evitando o mau uso de recursos;
- Cuidado centrado no paciente: As preferências do pacientes e seus valores devem ser respeitados e servir de guia para as decisões clínicas;
- Oportunidade: A assistência deve ser prestada na hora certa, sem atrasos que possam prejudicar ou reduzir benefícios aos pacientes;
- Eficiência: Reduzir ao máximo a utilização desnecessária de recursos, cuidado da melhor forma dos equipamentos, medicamentos, leitos e pessoas.
- Equitativo: Independentemente de gênero, etnia, questões socioeconômicas e geográficas, todos os pacientes devem ser atendidos da mesma forma.
A implementação da gestão da qualidade em saúde passa por esses aspectos, gerando benefícios não só aos pacientes mas também à gestão. Nesse cenário, a acreditação hospitalar surge não só como uma recompensa, mas também como um instrumento de aceleração da qualidade.
A acreditação como resultado
A acreditação é o resultado mas também um caminho na melhoria da qualidade em saúde. A acreditação hospitalar, como falamos, é uma importante ferramenta de aceleração da gestão da qualidade em saúde. Este é um método de avaliação, não fiscalizatório, que serve como estratégia de melhoria dos serviços hospitalares, agregando ainda mais valor à gestão de qualidade em saúde.
4 indicadores para a Gestão da Qualidade em Saúde
Obviamente existem muitos indicadores que reforçam a qualidade em saúde. O número de óbitos, por exemplo, pode ser um indicador importante. Mas é preciso pensar antes disso. A gestão da qualidade em saúde começa na avaliação de pontos básicos de segurança e experiência do paciente e também no trabalho dos profissionais.
Além disso, a taxa de conformidades ou não conformidades também é um importante indicador para entender o que pode ser melhorado na gestão hospitalar. Para além disso, existem outros dados que os gestores precisam ficar atentos. Por este motivo, listamos 4 indicadores indispensáveis na gestão da qualidade em saúde. São eles:
1. Satisfação dos pacientes (NPS)
A busca pela melhor satisfação de pacientes se tornou um objetivo dentro das instituições de saúde. Entender o nível de felicidade dos pacientes com o seu serviço é também uma maneira de entender onde você pode estar pecando.
O objetivo principal do entendimento da satisfação do paciente é poder compreender onde estão os erros que precisam ser corrigidos e como sua equipe fará para garantir o melhor atendimento ao paciente. Isso permitirá uma gestão da qualidade em saúde baseada em menos exposições negativas, acesso a dados para embasar decisões, vínculos mais fortes com seus pacientes e com uma redução dos casos de judicialização.
2. Média de permanência
O alto tempo de permanência hospitalar pode indicar que a gestão de qualidade em saúde não vai bem. Isso porque a alta média de permanência pode demonstrar que alguns processos estão longe do padrão. A falta de análise da jornada do paciente e do entendimento sobre desvios, variabilidades e gargalos tende a prejudicar o entendimento da causa raiz dos problemas que geram alto tempo de permanência.
Assim, quanto mais tempo o paciente ficar dentro de um hospital, maiores as chances de ele desenvolver complicações como infecções hospitalares. Isso pode aumentar a taxa de óbitos, reinternações, impactar no NPS, entre outros pontos. O uso de inteligência artificial pode ser um diferencial nesse sentido, reduzindo tempos e melhorando a qualidade da assistência.
3. Eventos adversos
O número de eventos adversos dentro de uma instituição de saúde revela que alguns processos podem estar fora da conformidade. Como falamos acima, entre 30% e 36% dos óbitos causados por eventos adversos graves podem ser prevenidos.
Segundo o estudo, “Estabelecer políticas e programas de segurança do paciente com direcionamento para as populações de maior risco e eventos adversos graves mais prevalentes contribui para a maior efetividade destes programas, redução do sofrimento das pessoas, redução dos custos assistenciais e aumento na disponibilidade de leitos hospitalares”.
A organização dos processos, no final das contas, impacta positivamente na gestão de qualidade em saúde, dando mais credibilidade a sua instituição, reduzindo número de eventos e também a taxa de óbitos.
4. Taxa de reinternação
Em diversos casos, pela falta de controle de processos resulta em casos de reinternação dos pacientes. Por exemplo: um longo tempo de permanência pode desencadear outros problemas que farão com que o paciente volte ao hospital.
Garantir o melhor percurso da jornada do paciente é o primeiro passo para reduzir esse indicador e garantir uma boa gestão da qualidade em saúde. Quando há um controle sobre as variabilidades dos processos, com análises aprofundadas sobre cada caso, de ponta a ponta, a possibilidade de corrigir erros assistenciais que impactam na taxa de reinternação fica muito maior.
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